Em tese de doutorado defendida no Programa de Pós-graduação em Ciências Médicas da UFRGS de Felipe Barreto Schuch, graduado em Educação Física, foram avaliados os efeitos da prática de exercícios físicos com o objetivo de complementar o tratamento de pacientes internados com depressão grave. A pesquisa concluiu que as atividades colaboram com o tratamento da doença.
A pesquisa foi realizada com 50 pacientes de 18 a 60 anos, sendo que 25 fizeram, além do tratamento normal, exercícios físicos três vezes por semana, e os demais fizeram somente o tratamento comum. O método, que iniciava com alongamentos e aquecimento de quatro minutos de caminhada a 5 km/h na esteira, permitiu que os pacientes pudessem escolher a intensidade e o tempo do treino, em vez de serem fixos para todos, e tivessem a opção de ouvir a música de sua preferência durante as atividades.
Os resultados apontam que “mesmo sendo pacientes com depressão grave e já tendo outros tratamentos, eles reduziram os sintomas depressivos e melhoraram significativamente a qualidade de vida, principalmente em dois domínios (o físico e o psicológico), em comparação com aqueles que não realizavam exercícios”. Alguns pacientes não gostavam de se exercitar, mas aceitaram pela possibilidade de melhorar. Ao perceberem essa melhora, continuaram se exercitando e alguns até começaram a gostar da prática.
Em novo projeto da UFRGS, o assunto exercícios físicos e depressão será focado em pacientes ambulatoriais, a partir de um formato de atividade física não convencional e que se adapte ao cotidiano do paciente, como caminhar e subir escadas.
Texto: Ascom CNM